E POR FALAR EM FAZER FILMES...
Algumas pessoas começam a irritar-se com o discurso de que "é possível fazer filmes sem subsídios" (com a utilização de novas tecnologias digitais, muito mais baratas e acessíveis). A verdade, do meu ponto de vista, é que não só é possível, como já está a acontecer. E que isso não deixará de ter consequências sobre uma classe que não concebe a criação sem o esforço de conseguir apoios.
Contudo, AINDA não estou do lado dos que acham que os filmes portugueses se deveriam sustentar por si, através de patrocínios, exibição e vendas várias. Isso implicaria 3 coisas: uma classe empresarial educada e sensibilizada para a cultura (ou então só teríamos Fernandos Rochas levados à tela), filmes feitos com um profissionalismo (do guião à pós-produção) superior ao que encontramos na maioria dos casos e uma vontade de comunicar para além da área do umbigo. Como nenhuma dessas condições se verifica (embora existam pessoas bem intencionadas e que se esforçam por mudar este estado de coisas) vamos ter que continuar a investir no cinema. Com a certeza de que a maior parte do dinheiro é mais do que um subsídio a fundo perdido: é a Fundo Desperdiçado.
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